A intervenção social da internet em tempo de crise pandêmica

Num mundo cada vez mais global, a internet assume-se como a derradeira ferramenta que sustenta a continuidade do sistema educativo, permitindo o acesso à comunicação e informação por via dos diversos dispositivos tecnológicos, sendo que, hoje é tida como comum e devidamente embrenhada em nossas sociedades, especialmente nas mais desenvolvidas, integrando e unindo as pessoas à volta do globo.
Neste contexto, importa perceber a sua afirmação
nas nossas sociedades, como fator decisivo e indispensável na melhoria e desenrolar
do nosso quotidiano. Efetivando tal raciocínio é essencial pensar em sentido
inverso, ou seja, como teria sido; caso não houvesse a internet como fator de
agregação em tempos difíceis como a atual pandemia do covid19.
Segundo
Cunha; Sergi (2020), a propagação da internet permitiu novos processos que são recalculados
a cada acontecimento novo de acesso ao conhecimento, os quais desencadeiam tendências
que vão além dos usuários. A internet nas sociedades é de facto muito
diversificada, atua no campo do ensino permitindo os internautas estudar varias
áreas de conhecimento, conferindo um cariz altamente abrangente e completo, (GARCIA,
2010), como permite na área da saúde, (Frossard; Dias, 2016), que as pessoas
doentes possam partilhar as suas próprias experiências, designadamente, com os
seus familiares gerando informação desconhecida até então às pesquisas da causa
e politicas publicas.
O
poder de transformar da internet altera hábitos e relacionamentos, criando um
ambiente de diversão e formação de identidades, reconhecida como um espaço novo
de atividade humana, de caracter social, cultural e educacional, de interação
com a sociedade (DIAS; CAVALCANTI, 2017).
Esta
via de acesso à informação transformou as formas de comunicação relativamente a
vários sectores, por exemplo, na identificação de eventos catastróficos no meio
ambiente, no controlo dos recursos naturais, ou até na partilha de informação
nas escolas e universidades entre professor e aluno, sendo que, à velocidade a
que ocorrem as mudanças fica difícil prever o futuro.
No
contemporâneo, relativamente à educação e saúde, é possível prever algumas
conspeções, designadamente, melhor dinamismo, participação e colaboração; o uso
de tecnologias mais rápidas e integradas; alteração do juízo de presença e de distanciamento;
aumento das ofertas formativas; com o aumento da aproximação entre diferentes
culturas, mediante o acesso às diferentes informações.
É por demais evidente a transformação estrutural iminente nos
processos de ensino e de aprendizagem. De forma que as instituições de ensino rapidamente
adaptaram-se incluindo as novas ferramentas e plataformas digitais no método de
ensino, garantindo assim que a transmissão educativa não fosse interrompida,
chegando até aos estudantes mais isolados.
Neste
caso, o flagelo da pandemia funcionou como acelerador de reestruturação e consequente
introdução das formas digitais nas metodologias de ensino.
Aqui
chegados é importante perceber que este incremento de uso das novas tecnologias,
por um lado despertou o caracter da sua eficácia; e por outro revelou a
necessidade da modernização das instituições em cenários não pandêmicos.
O
vírus modificou a perceção sobre o que era tido como mania do online,
transformo-a em uma mentalidade de necessidade diária. Nesta perspetiva, existiu
um despertar para problemas resultantes de um ensino não presencial, nomeadamente,
sociais, devido à necessidade de subscrição de serviços; de acesso à internet e
até aquisição de dispositivos.
Efetivamente,
numa visão de acesso a todos à educação, obviamente os estudantes que vivem em
meios rurais, sem acesso a um computador ou à internet, não podem ficar prejudicados,
existindo a necessidade de encontrar uma forma de os incluir nesta nova
realidade.
É
neste sentido que surge a criação de políticas públicas de emergências para dirimir
estas questões, uma vez que, as tecnologias digitais de informação e comunicação,
pela via da internet, são nos dias de hoje a forma mais viável para a
continuidade do processo de aprendizagem escolar.
Esta
temática é de fato complexa; porque levanta questões em diversas áreas, designadamente,
politicas, financeiras; questões antigas relacionadas à desigualdade
estrutural, à pobreza e à exclusão social. A reflexão no presente artigo é
importante, porque as tecnologias digitais de informação e comunicação, exercem
um papel fundamental no que respeita à execução de práticas pedagógicas e
educacionais, e também pelo alerta da necessidade de investimentos por parte do
poder público que se revelam quase inexistentes. Este ultimo pode originar um
atraso pedagógico onde as novas tecnologias não chegam, nesse sentido, o pensar
sobre a sua complexidade e amplitude ajudará a compreender vantagens e desvantagens,
encontrando-se entendimentos que nos vão conduzir a um futuro de maior aceitação
a estas novas realidades.
Bibliografia:
Brazilian
Journal of Development Braz. J. of Develop, Curitiba, v. 6, n. 10 ,
p.78866-78876, oct. 2020.
CUNHA,
G. SERGI, M. J. A relação entre o indivíduo pós-moderno, o consumo e a internet
das coisas.
SANTOS,
F. M. F.; ALVES, A. L.; PORTO, C. M. Educação e tecnologias: Potencialidades e
implicações contemporâneas na aprendizagem, (p. 44-61), 2018. SANTOS, B. S. A
Cruel Pedagogia do Vírus. Editora Almedina. ISBN 978-972-40-8496-1, CDU 347,
2020. SILVA, M., 2003. UNESCO. Impact of Education. Disponível em:
https://en.unesco.org/covid19/educationresponse. Acesso em: 09
mai. 2021.
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