domingo, 9 de maio de 2021

A intervenção social da internet em tempo de crise pandêmica

A intervenção social da internet em tempo de crise pandêmica

A intervenção social da internet em tempo de crise pandêmica
domingo, 9 de maio de 2021

 


Num mundo cada vez mais global, a internet assume-se como a derradeira ferramenta que sustenta a continuidade do sistema educativo, permitindo o acesso à comunicação e informação por via dos diversos dispositivos tecnológicos, sendo que, hoje é tida como comum e devidamente embrenhada em nossas sociedades, especialmente nas mais desenvolvidas, integrando e unindo as pessoas à volta do globo.

 Neste contexto, importa perceber a sua afirmação nas nossas sociedades, como fator decisivo e indispensável na melhoria e desenrolar do nosso quotidiano. Efetivando tal raciocínio é essencial pensar em sentido inverso, ou seja, como teria sido; caso não houvesse a internet como fator de agregação em tempos difíceis como a atual pandemia do covid19.

Segundo Cunha; Sergi (2020), a propagação da internet permitiu novos processos que são recalculados a cada acontecimento novo de acesso ao conhecimento, os quais desencadeiam tendências que vão além dos usuários. A internet nas sociedades é de facto muito diversificada, atua no campo do ensino permitindo os internautas estudar varias áreas de conhecimento, conferindo um cariz altamente abrangente e completo, (GARCIA, 2010), como permite na área da saúde, (Frossard; Dias, 2016), que as pessoas doentes possam partilhar as suas próprias experiências, designadamente, com os seus familiares gerando informação desconhecida até então às pesquisas da causa e politicas publicas.

O poder de transformar da internet altera hábitos e relacionamentos, criando um ambiente de diversão e formação de identidades, reconhecida como um espaço novo de atividade humana, de caracter social, cultural e educacional, de interação com a sociedade (DIAS; CAVALCANTI, 2017).

Esta via de acesso à informação transformou as formas de comunicação relativamente a vários sectores, por exemplo, na identificação de eventos catastróficos no meio ambiente, no controlo dos recursos naturais, ou até na partilha de informação nas escolas e universidades entre professor e aluno, sendo que, à velocidade a que ocorrem as mudanças fica difícil prever o futuro.

No contemporâneo, relativamente à educação e saúde, é possível prever algumas conspeções, designadamente, melhor dinamismo, participação e colaboração; o uso de tecnologias mais rápidas e integradas; alteração do juízo de presença e de distanciamento; aumento das ofertas formativas; com o aumento da aproximação entre diferentes culturas, mediante o acesso às diferentes informações.

É por demais evidente a transformação estrutural iminente nos processos de ensino e de aprendizagem. De forma que as instituições de ensino rapidamente adaptaram-se incluindo as novas ferramentas e plataformas digitais no método de ensino, garantindo assim que a transmissão educativa não fosse interrompida, chegando até aos estudantes mais isolados.

Neste caso, o flagelo da pandemia funcionou como acelerador de reestruturação e consequente introdução das formas digitais nas metodologias de ensino.

Aqui chegados é importante perceber que este incremento de uso das novas tecnologias, por um lado despertou o caracter da sua eficácia; e por outro revelou a necessidade da modernização das instituições em cenários não pandêmicos.

O vírus modificou a perceção sobre o que era tido como mania do online, transformo-a em uma mentalidade de necessidade diária. Nesta perspetiva, existiu um despertar para problemas resultantes de um ensino não presencial, nomeadamente, sociais, devido à necessidade de subscrição de serviços; de acesso à internet e até aquisição de dispositivos.

Efetivamente, numa visão de acesso a todos à educação, obviamente os estudantes que vivem em meios rurais, sem acesso a um computador ou à internet, não podem ficar prejudicados, existindo a necessidade de encontrar uma forma de os incluir nesta nova realidade.

É neste sentido que surge a criação de políticas públicas de emergências para dirimir estas questões, uma vez que, as tecnologias digitais de informação e comunicação, pela via da internet, são nos dias de hoje a forma mais viável para a continuidade do processo de aprendizagem escolar.

Esta temática é de fato complexa; porque levanta questões em diversas áreas, designadamente, politicas, financeiras; questões antigas relacionadas à desigualdade estrutural, à pobreza e à exclusão social. A reflexão no presente artigo é importante, porque as tecnologias digitais de informação e comunicação, exercem um papel fundamental no que respeita à execução de práticas pedagógicas e educacionais, e também pelo alerta da necessidade de investimentos por parte do poder público que se revelam quase inexistentes. Este ultimo pode originar um atraso pedagógico onde as novas tecnologias não chegam, nesse sentido, o pensar sobre a sua complexidade e amplitude ajudará a compreender vantagens e desvantagens, encontrando-se entendimentos que nos vão conduzir a um futuro de maior aceitação a estas novas realidades.

Bibliografia:

Brazilian Journal of Development Braz. J. of Develop, Curitiba, v. 6, n. 10 , p.78866-78876, oct. 2020.

CUNHA, G. SERGI, M. J. A relação entre o indivíduo pós-moderno, o consumo e a internet das coisas.

SANTOS, F. M. F.; ALVES, A. L.; PORTO, C. M. Educação e tecnologias: Potencialidades e implicações contemporâneas na aprendizagem, (p. 44-61), 2018. SANTOS, B. S. A Cruel Pedagogia do Vírus. Editora Almedina. ISBN 978-972-40-8496-1, CDU 347, 2020. SILVA, M., 2003. UNESCO. Impact of Education. Disponível em: https://en.unesco.org/covid19/educationresponse. Acesso em: 09 mai. 2021.

A intervenção social da internet em tempo de crise pandêmica
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Oleh