A importância da componente mediática para um conhecimento da realidade europeia.
Ao longo da História, os meios de comunicação sempre tiveram um papel relevante na História das civilizações, sociedades e culturas, estando interligado com o fenómeno da globalização. Desde o aparecimento da rádio, jornal, revistas, televisão e mais recentemente a internet, os seres humanos obtiveram um maior e melhor conhecimento sobre o mundo. A emergência e influência dos novos meios de comunicação, como a internet, traduz-se na aproximação das pessoas e suas culturas a nível global, onde a informação corre a uma velocidade esto diante, através dos canais de comunicação que envolvem o globo. Vive-se, hoje, o que se chama a era da informação, nesse contexto, vive-se um momento de transformação da nossa cultura material. O impacto dos novos meios de comunicação é total, abrange todas as áreas da sociedade, transformando a identidade cultural numa forma de identidade coletiva. Numa Europa multinacional, multiétnica e multicultural, a integração europeia tem vindo a exigir a transferência progressiva de soberania política dos seus Estados-Membros para o conjunto das instituições que a constituem. A falta de uma direção eficiente da classe politica, o conflito de gerações, a diversidade cultural e linguística da União Europeia, leva a que os povos comecem a questionar a sua existência e seja percecionada como algo artificial. Assim sendo o processo de integração europeia é contínuo marcado por uma inclusão de acontecimentos políticos, que espelham práticas ordinárias e oficiais como a execução de Conselhos Europeus, de Eleições Europeias e referendos, ou menos cerimoniais e frequentes, todavia com grande carga simbólica, como a assinatura de Tratados, (exemplo a introdução do euro). Nestas ocasiões, de comemorações, cimeiras eleições de eurodeputados, as páginas dos jornais estão cheias de textos dedicados à Europa, contrariando a norma que prima pela escassez de informação. Norma essa que revela a “autocracia” periódica que caracteriza a comunicação das questões europeias. Nesse sentido, a mediatização de todos os acontecimentos no espaço geográfico europeu, são importantes na compreensão da realidade europeia não só dentro das suas fronteiras como fora delas. A mediatização de todos os eventos é importante para enxergar o futuro do velho continente, onde a União Europeia assume um papel fundamental no desenhar da construção de uma comunidade única, cuja política de comunicação detém uma função preponderante e contributiva para o processo. Os média na europa são fontes de informação que estabelecem a ligação entre a sociedade civil e as altas instâncias de decisão, sobre os destinos da UE, baseado num espaço publico livre. Note-se, que os mass média; televisão, rádios, jornais, revistas, portais, intervenientes na esfera pública, são em larga medida empresas privadas, que visam o lucro, e agem segundo a lógica e os interesses privados dos grupos que representam. Outra dificuldade é a não existência de um sítio específico dedicado ao tratamento das notícias da União europeia, sendo raras as publicações que atribuem uma secção regular a estes temas, optando antes por dispersá-los pelas páginas “Nacional” e “Internacional” e, no caso concreto dividindo-as especificamente em áreas direcionadas; “Economia”, “Cultura” ou “Desporto”, entre outras. Apesar de ser incipiente nota-se já algumas exceções à regra, nomeadamente, o semanário português Expresso que alterna entre notícias sobre a “União Europeia” e “Europa”. Contudo, estas iniciativas são insuficientes e claramente fomentam inclusivamente o papel de figuras nacionais em detrimento das personagens da UE. As notícias da União europeia são assim filtradas por visões nacionalistas que influenciam o trabalho jornalístico e deturpam a realidade europeia. Existe um fosso enorme entre a entidade união europeia e os seus habitantes. As dificuldades sentidas na personalização das notícias decorrem da inaptidão apresentada pela política europeia para fornecer discussões interessantes aos editores das várias publicações. A Europa tem primado por um jornalismo de elite, baseado na hegemonia dos líderes do poder político-partidário, com baixo indicador de participação de pessoas anónimas. A grande dificuldade na mediatização tem sido o estabelecimento de uma plataforma comum de discussão das questões europeias. Os próprios cidadãos dos estados membros reconhecem o papel da componente mediática para um conhecimento profundo da realidade europeia. Os correspondentes em Bruxelas são atores importantes da componente mediática, porque exercem uma evidente função de carácter didático, criação peças explicativas e atrativas da UE. As ações de partilha informativa entre publicações de referência valoriza o tratamento mediático, ressalva para a “Perspetiva Europeia”, um repositório virtual com links para textos sobre a União europeia. O aparecimento de iniciativas independentes como os portais EUobserver.com, por associações não lucrativas; o jornal Europolitique; ou as iniciativas empresárias EurActiv é um passo importante para a mudança, mas certamente ainda há um longo caminho a percorrer em matéria de Comunicação. A consciencialização deveria ser igualmente uma competência partilhada por políticos e media, promovendo nas respetivas esferas de intervenção, uma missão de informação e participação cidadãs. É necessário a criação de novos métodos para potenciar os meios de comunicação, no seio da União Europeia no sentido de conduzir a uma Europa efetivamente informada.
http://www.lemonde.fr/union-europeenne/
http://expresso.sapo.pt/palavra/editorial/brexit
http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/uni%C3%A3o-europeia-origens-eperspectivas-futuras
http://www.newropeans-magazine.org/en/c/europolitics/
http://www.euractiv.com/
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