A Antropologia Cultural no estudo dos fenómenos políticos e os sistemas de estratificação Social

segunda-feira, 28 de outubro de 2019
A Antropologia Cultural no estudo dos fenómenos políticos e os sistemas de estratificação Social.
A
Antropologia cultural é considerada uma ciência social que estuda as culturas
humanas, investiga as origens, o desenvolvimento, semelhanças e diferenças das
sociedades humanas. A ciência politica tem um correlação de destaque com a
antropologia cultural, na medida em que, no ceio das Ciências Sociais, convida
todas as ciências, nomeadamente, antropologia, Historia, Sociologia, Direito e
Economia a fornecer o seu contributo, o que a torna numa ciência
multidimensional. Ao contrário do estudo da política, o aparecimento da Ciência
Polícia como ramo de estudo científico é recente. A sua investigação científica
caracteriza-se pelo estudo do poder, atento a sua realidade tridimensional,
Forma; Sede; Ideologia, baseado na sua expressão concreta, real e história.
Como metodologia de estudo utiliza o mesmo método que as demais ciências de
saber. O estudo da Ciência Política é a reflexão e investigação da realidade
política tal como ela é, (referência a Maquiavel e a sua obra “O Príncipe”), ou
seja, o Estudo científico da política, sistemas políticos, organizações e
processos políticos, sempre no contexto de poder. A Ciência Política tem um
campo próprio de investigação devidamente estabelecido, e um campo partilhado
com outras ciências sociais. Em campo de estudo próprio consagrado pela UNESCO
em 1948, temos o estudo da teoria da política, as instituições políticas;
Partidos, Grupos e Opinião Publica e as Relações Internacionais. A Ciência
Politica é autónoma, mesmo sendo relativamente condicionada pelos fatos e
sistemas políticos, influenciados pela relação, com outros fatos e sistemas
sociais, económicos e de relações internacionais. Tenta compreender os fatos
políticos, e afasta-se da visão normativa, jurídica e ética, e caracteriza-se
por assumir a falta de coincidência entre a perspetiva normativa do poder e a
perspetiva realista, ou contrário do que se verifica noutros casos. A
antropologia Cultural fornece informações essenciais uteis, na análise do poder
por parte da Ciência Politica, uma vez que, identifica grupos potencialmente
predispostos ou não, a assumirem posições hierárquicas nas sociedades, que lhes
permitem uma maior facilidade de alcançar e exercer o poder. Desse modo uma das
contribuições é o estudo da estratificação social, que se define, pela
indicação ou existência de diferenças, de desigualdades entre pessoas de uma
determinada sociedade. No fundo revela a existência de grupos de pessoas que
ocupam posições diferentes na sociedade. Destaque especial para três principais
tipos de estratificação social, a económica; baseada na detenção de bens
materiais, revelando a existência de pessoas ricas e pobres e em situação
intermédia; a politica, baseada no fato de autoridade na sociedade, (grupos que
têm poder e que não têm), e a profissional, baseada na importância atribuída
pela sociedade a cada profissional, (valoriza-se muito mais um médico do que um
pedreiro).
Em suma,
a antropologia Cultural ao oferecer informações sobre os grupos sociais, entre
outros, ajuda a Ciência Politica no importante estudo e identificação dos
grupos de pressão no delineamento das políticas públicas, por oposição ao papel
dos partidos políticos. Podemos definir como grupo de pressão ou interesse o
agrupado de indivíduos mais ou menos estruturados no prosseguimento de ações
reais através de qualquer meio, a conseguir um ou mais objetivos seus,
intervindo assim no processo de decisão política. A crescente importância das
suas influências junto dos centros de decisão é tal que se tem vindo assistir à
institucionalização de certos grupos, enquanto o papel dos partidos políticos
se centra na luta pela aquisição, manutenção e exercício do poder, (conceito do
Prof. Adriano Moreira), o papel dos grupos centra-se ao nível da influência dos
órgãos de decisão. Perante esta importância crescente passaram a ser vistos com
naturalidade e como um componente do sistema político, deixando de lado o
sentido pejorativo anterior, dando origem a que se fale hoje da época do
“corporativismo democrático ou liberal”.
João Carriço
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