Prof.Dr. Adriano Moreira, Memórias do Outono Ocidental: Um Século sem Bússola

segunda-feira, 28 de outubro de 2019
A obra do Professor Adriano Moreira, Memórias do Outono Ocidental: Um Século sem Bússola, refere no último parágrafo da 3ª página do Capítulo I "Uma multidão que, de algum modo visionários, analistas […]"
Penso que me é permitido afirmar, que o autor
identifica uma Europa sem rumo, embrenhada num conflito de valores, no
distanciamento das gerações, na morte antecipada da geração mais velha, numa
desordem mundial e sobretudo na democracia não efetiva. As alterações e transformações dos
estados sociais, apoiados na globalização, trazem preocupações, sociais,
religiosas e principalmente económicas, deixando novos desafios às organizações
que têm adotado medidas inexperientes, revelando-se totalmente ineficazes.
(prefacio pp3). Exemplo disso é a vaga de imigração que os Países da União
Europeia têm enfrentado, sendo que, não têm tido soluções práticas e eficazes
para a sua resolução. Os EUA apesar das suas responsabilidades, parecem esquecer
que a europa está frágil, e que a crise europeia é parte de uma crise mundial,
deixando países como Portugal serem afetados pela pobreza e a deriva da
incerteza, "sem bussola" (Prefacio pp3). Efetivamente, a
centralização do poder e o interesse económico dos Estados-Nações, mais ricos,
é um entrave ao desenvolvimento do projeto Estados Unidos da Europa,
especialmente na correção das desigualdades sociais, como refere o autor, ”a
terceira guerra mundial já começou, (Nixon) tendo seguramente em vista a competição
pelo império financeiro mundial," (Prefacio pp3). O crescente aumento dos
problemas a resolver é constante, não estando as sociedades preparadas para os
enfrentar, nem as instituições para os resolver. Assiste-se a um descartar por
parte da sociedade, que pretende manter o aspeto jovem, para animar as
indústrias e manter a estética, desvalorizando as pessoas envelhecidas, sendo
que "o valor das coisas é vencido pelo preço das coisas". Deste modo
Adriano Moreira expressa a angústia do prolongamento da vida do homem,
afirmando que "o efeito mais severo da longevidade, é a sobrevivência, é
ser o que ainda está vivo"; revela o desenquadramento do individuo com um
mundo que não se identifica; "Realmente, habitante de um mundo que já não
é o seu mundo. (pp5 cap. I). O mundo moderno europeu, segue o caminho das
sociedades da informação e do conhecimento, alimenta os mais jovens, sem
garantir o reconhecimento da sabedoria dos mais velhos, enraizando a
problemática do conflito de Gerações. (pp6 cap. I). Segundo o autor a
alimentação do afastamento dos mais velhos na intervenção ativa nas sociedades é real, e certamente prejudicial, relembra
"... (programa das nações Unidas para o desenvolvimento), concluía que
havia no globalismo mundial 15 milhões de avós a tomar conta dos netos."
(pp7 cap. I).
O
neoriquismo prevalece, pelo comodismo das instituições e afetos criados, resultando
na perda de identidade da multidão especialmente por falta de solidariedade
social.
João Carriço
Prof.Dr. Adriano Moreira, Memórias do Outono Ocidental: Um Século sem Bússola
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João Carriço
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